Depende dos seus objectivos!
Depende se quer perder peso temporariamente ou se quer manter-se com o peso adequado e saudável que atingiu ou que venha a conquistar!
Se queremos perder peso e não o ganhar, novamente, ao fim de algum tempo…
… a resposta à pergunta acima é: Não!
Sejamos realistas! Perder peso, não é um caminho sempre a direito, nem simples, nem definitivo! Ao longo do percurso e com o passar dos dias, vamos encontrando diversas dificuldades, obstáculos e problemas que, nos irão afastar do objectivo, se não soubermos como os resolver, gerir e ultrapassar.
Nenhum plano de dieta ou de actividade física é completamente eficaz, se outras variáveis que interferem na perda de peso não forem controladas. Stress, falta de motivação relativamente a fazer exercício ou o controlo deficitário das quantidades de alimentos que ingerimos, geram frustração, baixo desempenho e desistência, interferindo e impedindo que qualquer dieta possa ser bem-sucedida.
Alguns factores que contribuem para não perder peso e o que fazer…
- Expectativas desajustadas – Esperar grandes resultados, num curto prazo, de forma fácil ou sem muito esforço e que se mantenham ao longo do tempo… não parece ser muito realista! Precisamos ajustar as nossas expectativas e estabelecer objectivos viáveis que nos permitam atingi-las.
- Objetivos irrealistas – Sob pena de se sentir desmotivado/a, frustrado/a e desistir… procure estabelecer objectivos possíveis de serem alcançados! Para tal, é importante que os mesmos sejam… específicos (em vez de dizer “quero comer melhor”, especifique p. ex. “a forma de cozinhar os alimentos”)…mensuráveis (pode determinar as quantidades que vai ingerir, p.ex. no máximo, uma porção de batatas fritas por semana)…alcançáveis (será que eu consigo comer só uma porção? Talvez duas seja mais realista) …relevantes (quer começar por reduzir o consumo de fritos? Doces? Siga as suas prioridades!) …transponíveis (quando alcançar um objectivo, avance para o nível seguinte).
- Fazer apenas uma dieta, em vez de pensar que o que está, na realidade, em causa é uma mudança de hábitos – O processo de perda de peso envolve muitos outros factores… que vão além de comer alimentos só de um determinado grupo e/ou de apenas fazer alguma atividade física.
- Dietas muito restritivas. Não comer, fazer jejum, saltar refeições ou reduzir excessivamente as quantidades de alimentos, podendo chegar ao ponto de comer apenas uma vez por dia… Resultam em défice nutricional, com consequentes alterações fisiológicas, psicológicas, emocionais, disposicionais, comportamentais, … O segredo não é o “tudo ou nada” (não comer versus desistir da dieta)! A chave está no equilíbrio e na moderação! Não se trata de um estado onde se chega! Trata-se de uma aprendizagem e uma atitude a manter ao longo da Vida!
- O modo como confecciona os alimentos/ refeições – Podemos escolher alimentos saudáveis, no entanto, a forma como são preparados, temperados ou cozinhados pode aumentar muito o número de calorias dos mesmos, interferindo na perda de peso. Por exemplo, se preferirmos consumir alimentos cozidos, grelhados, em vez de fritos, estaremos a reduzir a quantidade de calorias e gordura que consumimos.
- Não dormir o suficiente – O sono é muito importante neste processo e dormir pouco ou mal, dificulta a perda de peso. O sono tem influência no controlo do apetite e no consumo de calorias (tendência a uma maior ingestão calórica quando acordados e, consequentemente, maior necessidade de gasto energético, equilíbrio que, quando não ocorre, promove o ganho de peso)
- Elevados níveis de stress e ansiedade – Estão muitas vezes associados ao chamado “comer emocional” – comer não porque temos fome, mas por razões emocionais. Neste âmbito, importa diferenciar a fome física de outras sensações e agir em conformidade, recorrendo a estratégias construtivas e mais saudáveis para lidar com as nossas sensações e emoções. (Deixamos como sugestão de leitura, alguns dos nossos post´s, relacionados com estas temáticas: Afinal, o que é a fome? A fome física e a fome emocional…; Procura reconforto na comida? Estratégias para ajudar a superar a fome emocional…(Parte 1 e 2); Perda de peso… como lidar com sentimentos de frustração?!)
- Comer como forma de recompensa por algo que realizou – Por vezes os alimentos são usados como forma de nos recompensarmos (ou um “prémio” que damos a nós mesmos) por algo que conseguimos fazer ou alcançar… fazermos isto tende a deturpar o processo natural de nos alimentarmos e interfere com a capacidade normal de autorregulação quanto à ingestão dos alimentos, em virtude da motivação subjacente não ser nutricional, mas focada num comportamento. Isto acarreta repercussões negativas, favorecendo o ganho de peso. Pondere outras possibilidades agradáveis de recompensa, que não envolvam alimentos!
- Problemas/ alterações hormonais – Ter presente que, em termos hormonais, existem condições clínicas que tem implicações para a perda de peso e requerem atenção médica, p. ex.: o hipotireoidismo, contribui, entre outros aspectos, para uma lentificação do metabolismo; níveis elevados de cortisol (associado ao stress) contribuem para um aumento da formação de gordura abdominal e diminuição da massa muscular; a TPM no caso das mulheres, provoca sintomas que dificultam o controlo e a perda de peso, entre os quais um aumento do apetite e a vontade de comer doces… estar mais consciente é um passo essencial para implementar estratégias saudáveis.
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Lembre-se: objetivos irrealistas, elevados níveis de stress e querer resultados rápidos, são factores que conduzem à frustração no que diz respeito a perder peso. Estes aspectos interferem com as nossas emoções e contribuem para que o peso também aumente! Aprender a controlá-los e abordar a perda de peso a partir de uma perspectiva integrada (psicológica, nutricional, física, ….), permitirá atingir o peso desejado e a sua manutenção futura!