No post anterior iniciámos a caminhada nas estratégias para ajudar a superar a fome emocional, com os passos: # 1 – Identificar os estímulos que o/a levam a procurar reconforto na comida e # 2 – Encontrar outras formas de gerir os seus sentimentos.
Hoje seguimos caminho com….
# 3 – Quando os desejos aparecerem, pare!
A maioria das pessoas que sofre com alimentação emocional sente-se impotente com relação aos seus desejos, em virtude da comida ser a única coisa em que conseguem pensar quando eles aparecem. Pois bem, é precisamente no momento em que surgem que é preciso estar atento/a e Parar! Imagine um sinal de STOP! e dê uma oportunidade a si mesmo/a para tomar uma decisão diferente.
Então o que fazer? Quando o desejo surgir, não coma nada nos cinco minutos seguintes. Se lhe parecer muito tempo para começar, pode estipular um minuto e ir aumentando progressivamente. Durante este tempo, envie mensagens afirmativas para si mesmo/a e aponte ao seu cérebro o caminho na direcção dos seus objectivos… assim, em vez de pensar que “não vai conseguir ceder à tentação”, diga para si mesmo/a que vai esperar, que consegue e enquanto isso, desenvolva uma atitude de curiosidade e procure perceber como se sente, o que lhe está a acontecer emocionalmente e, mesmo que acabe comendo, terá feito uma aprendizagem e compreenderá melhor todo o processo, o que, por sua vez, o/a ajudará a ter uma resposta diferente da próxima vez. A isto chamamos: aprender com a experiência!
Ainda sobre as emoções, sabemos que pode ser assustador permitir-se sentir emoções negativas, se assim não fosse, não teria de recorrer aos alimentos, para esse fim, com tanta frequência. Contudo, quando as tentamos suprimir, elas ganham ainda mais força. Sugerimos, por isso, que recorde o passo 2 onde abordámos formas de gerir os seus sentimentos e procure fortalecer-se emocionalmente. Ao reconhecer as emoções, mesmo as mais dolorosas e difíceis e, ao permitir-se vivenciá-las aumenta as oportunidades de resolvê-las, contribuindo assim para melhorar e desenvolver-se como pessoa. Ao gerir de forma construtiva as emoções, elas começam a perder o poder de controlar a nossa atenção e a nossa vida. Para tal, procure estar atento/a e aprenda a estabelecer uma ligação com sua experiência emocional, momento a momento. O desenvolvimento de um maior auto-conhecimento, será de ajuda para superar o stress e problemas emocionais que o/a levam à comer, bem como contribuirá para reforçar a confiança nas suas próprias capacidades de lidar com as situações.
# 4 – “Alimentar” os novos comportamentos com hábitos saudáveis
Lembre-se: quando estamos fisicamente mais fortes, descontraídos e descansados, encontramo-nos em melhores condições para lidar com as dificuldades que, inevitavelmente, a vida nos vai colocando. Por outro lado, quanto mais exaustos e sobrecarregados, mais vulneráveis estaremos a que “pequenas coisas” nos deitem abaixo. Por este motivo, os hábitos que promovem a saúde são essenciais para podermos suportar tempos difíceis sem ter de recorrer à comida como forma de obter conforto.
Entre os hábitos saudáveis que aumentam a nossa capacidade de resistir às tentações alimentares e que faremos bem ter sempre presentes e incluir no nosso estilo de vida, encontram-se:
– Escolher alimentos saudáveis, nutricionalmente ricos e equilibrados;
– Fazer do exercício físico, uma prioridade;
– Realizar actividades que ajudem a descontrair;
– Interagir com outras pessoas em atividades sociais;
– Desenvolver bons hábitos de sono;
Ao diversificarmos as fontes capazes de estimular emoções positivas no nosso cérebro, estaremos a aumentar os recursos ao nosso dispor para promover o nosso bem-estar!
E… lembre-se: os profissionais de saúde existem para nos ajudar!
Se já fez tentativas anteriores para travar a fome emocional e estas não surtiram efeito, estando este problema a interferir com o seu funcionamento e a sua vida diária ou se a fome emocional se transformou numa perturbação do comportamento alimentar… o tratamento psicoterapêutico é essencial para impedir o agravamento do problema e prevenir o desenvolvimento de problemas psicológicos futuros.
Não hesite! Procure ajuda profissional especializada!