Resistência à Insulina

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Resistência à Insulina aparece quando há no nosso corpo uma resposta anormal à insulina. Esta é libertada pelo pâncreas após as refeições para, entre outras funções, introduzir a glicose nas células e, assim, controlar os seus níveis sanguíneos (glicémia).

Esta resposta anómala  também é responsável pela dificuldade na libertação dos ácidos gordos. Nestas situações  de Resistência Insulínica produz-se um aumento da insulina sanguínea (hiperinsulinismo) associada a níveis elevados de glicose no sangue, bem como uma diminuição no consumo pelo nosso corpo das gorduras acumuladas  causando um efeito indesejado de “poupança de gorduras ” tornando-se mais difícil eliminá-las.

O termo Sensibilidade à Insulina também é usado para definir a mesma situação: dizemos que somos mais sensíveis à insulina quando precisamos de quantidades menores de insulina para baixar os níveis de glicose no sangue.

Portanto são 2 termos com o mesmo significado: Uma sensibilidade insulínica diminuída é o mesmo que dizer uma resistência insulínica aumentada.

Já mencionamos que a insulina é a hormona produzida pelo pâncreas e cuja função principal, entre outras, é regular os níveis de glicose no sangue, realizando o transporte e armazenamento de glicose para as células do nosso organismo e permitindo o uso energético dos hidratos de carbono fornecidos nos alimentos. Assim, podemos afirmar que a insulina é a chave que permite o acesso da glicose desde o sangue para todas as células.

Se a glicose não consegue entrar nas células, ela acumula-se no sangue, que por sua vez é o sinal para libertar mais insulina, provocando um circulo vicioso responsável de situações de pré-diabetes que podem evoluir para Diabetes tipo 2, bem como o desenvolvimento do chamado  Síndrome Metabólico pela dificuldade na eliminação de ácidos gordos com aumento dos triglicéridos e dos valores de glicemia em jejum (hiperglicemia).

É importante aqui ressaltar o significado de Síndrome Metabólico, face a sua identificação e prevenção:

      Chama-se Síndrome Metabólico ao conjunto de fatores de risco responsáveis pela aparição de Doenças Cardíacas, Diabetes e AVC.

Estes fatores de risco são:

  • Resistência à Insulina associada com um aumento da gordura visceral ( Obesidade abdominal)
  • Hipertensão Arterial
  • Níveis de açúcar elevados em jejum
  • Níveis elevados de Triglicéridos
  • Níveis baixos de HDL-Colesterol

Cuando coincidem 3 ( três ) o mais destes fatores fala-se de Síndrome Metabólico .

A obesidade é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de Resistência Insulínica, pois o aumento do tecido adiposo tem sido relacionado ao aumento da produção de mediadores químicos pró-inflamatórios (citocinas) que, juntamente com os ácidos gordos, são considerados responsáveis pelo desenvolvimento da resistência insulínica. (Iremos  falar nos próximos posts sobre o conceito atual de obesidade como uma doença inflamatória).

Na comunidade cientifica, admite-se que as mudanças no nosso estilo de vida ocidental, com pouco exercício físico e abuso de alimentos ultraprocessados, aliados a fatores genéticos, são responsáveis pelas altas taxas de doenças relacionadas à Resistência Insulínica: Diabetes tipo 2 y Síndrome Metabólico.

Portanto, a Resistência à Insulina não é um problema menor: estima-se que praticamente 30% da população das sociedades desenvolvidas apresentará R.I. e suas complicações ao longo da vida.

Atualmente, temos métodos analíticos e tratamentos que nos permitem diagnosticar essas situações precocemente e de forma eficaz, sendo o complicado, mais uma vez, a atitude do paciente obeso de, primeiro, assumir a sua doença e, depois fornecer a coragem necessária para uma modificação definitiva dos seus hábitos negativos de saúde que junto com uma abordagem terapêutica adequada desde a perspetiva da Medicina da Obesidade é possível reverter.

Não esqueça: A Saúde é Atitude! ……….Até à próxima!

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