Conforme já tivemos oportunidade de referir, o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis, começa no seu cérebro!
(ver https://www.terapiadaobesidade.pt/chega-de-causas-perdidas-os-habitos-e-a-importancia-da-reeducacao-alimentar-e-comportamental-parte-1/ Parte 1 e 2).
Os hábitos são formados ao longo da vida, através de repetição sistemática, de modo que, quanto mais repetições do mesmo padrão alimentar houver, mais depressa o hábito se tornará automático, familiar, subconsciente e resistente à mudança!
Relembremos que, para a formação de novos hábitos que contribuam para uma vida mais saudável e com melhor qualidade é essencial desenvolver uma maior autoconsciência. Para este fim, precisamos de começar por rever os hábitos alimentares actuais e progressivamente ir ajudando o nosso cérebro a formar novas conexões neuronais. Por este motivo, no que se refere ao comportamento alimentar… sugerimos que faça algo de diferente! Transforme o acto de comer em excesso num esforço, não um hábito!
Como fazer isto?
Antes de mais, comecemos por imaginar uma situação prática:
Qual das seguintes situações pode conduzir a uma maior probabilidade de comer uns bombons de chocolate?
Se tiver uma taça de vidro transparente com chocolates na sua secretária… “mesmo ali à mão de semear”?
Ou
Se a mesma taça estiver num móvel (com porta) a 2 metros de distância, em que tem de se levantar para ir buscar os chocolatinhos?
Pensamos que a resposta não será muito difícil!
E… o princípio subjacente, também, é simples… quanto mais trabalho der para comer…menos comeremos!
Trata-se do Princípio Básico da Conveniência 😊!
É verdade que, algumas pessoas são mais influenciadas pelo ambiente do que outras, mas ninguém está imune ao poder da conveniência. Os alimentos inconvenientes, que obrigam a um grande esforço para obter ou preparar, parecem exercer uma maior influencia, em termos da diminuição do seu consumo.
A conveniência de um alimento determina grandemente se o iremos comer ou não, de certo modo, existe um limite para o trabalho que nos dispomos a fazer para obter algo de que gostamos tanto, tal como guloseimas e afins…
Posto isto, poderemos usar o conhecimento do princípio da conveniência… para a nossa própria conveniência!
Tenhamos bem presente que: manter os alimentos tentadores a uma maior distância, diminui a acessibilidade fácil e possibilita ter tempo para falarmos com nós mesmos e reconsiderarmos se realmente os queremos comer. Quando o chocolate é uma tentação que se encontra a um braço de distância, o intervalo entre o impulso e a acção é demasiado curto para ser considerado! Criar barreiras ou distâncias, dá-nos tempo para decidir…!
Entretanto, aproveitamos para deixar mais algumas sugestões que lhe poderão dar a possibilidade de fazer uma pausa ou ganhar tempo:
Quando for tomar uma refeição em casa, deixe as travessas de servir a alguma distância… na cozinha (se, p.ex., for comer na sala) ou num aparador, ao fazer isto diminui a acessibilidade fácil e dá uma oportunidade para perguntar a si mesmo se está assim com tanta fome. Não obstante, poderá levar para perto de si e posicionar no local de maior destaque, como o centro da mesa de refeições, a salada, os legumes e as frutas!
Torne inconvenientes os alimentos tentadores, coloque essas tentações num canto mais escondido da despensa ou num armário difícil de alcançar. Volte a fechar as embalagens e embrulhe os restos mais apetecíveis em papel de alumínio e coloque-os na parte de trás do frigorifico ou congelador.
Crie o hábito de petiscar apenas sentado/a à mesa num prato usado só para esse efeito, estará assim a contribuir para reduzir o impulso de comer em pé, junto ao balcão da cozinha ou enquanto está a preparar refeições.
E… quando for adquirir alimentos…. coma antes de ir fazer compras, não vá com fome! Elabore uma lista antes de ir, procure restingir-se ao que escreveu na lista e ao perímetro da loja, pois é neste espaço que, normalmente, estão expostos os alimentos frescos. Deste modo, reduz, à partida, a probabilidade de levar para casa, por impulso, tentações alimentares.
Lembre-se… a energia que investir na formação de novos hábitos e em transformar o acto de comer em excesso num esforço… poderão ter uma mudança significativa na sua saúde e qualidade de vida!
Até ao próximo post!