No mundo pandémico que estamos a viver temos vindo a verificar alterações profundas ao nível das dinâmicas sociais, culturais e laborais. São inúmeros os relatos associados ao aumento dos fatores de stress junto da população e em simultâneo a diminuição dos fatores de escape ao mesmo (por exemplo restrições à frequência de atividades de lazer, culturais, desportivas e de recreação).
O “Burnout” é um estado de esgotamento ou exaustão ao nível emocional, físico e mental.
O síndrome de Burnout define-se como uma perturbação psicológica causada por uma sobrecarga de trabalho e incapacita os indivíduos de desempenhar as suas tarefas quotidianas através de uma sintomatologia de cansaço psicológico e físico crónicos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu em 2019 na sua classificação internacional de doenças como um fenômeno ocupacional (laboral) e não como derivado de uma condição médica.
Um estudo do site inglês Small Business Prices destaca Portugal com o primeiro lugar dos 15 países com maior incidência de “Burnout” na União Europeia.
The European Countries Most at Risk of Burnout
Exercício como Alívio
O exercício físico é um meio essencial de libertação de tensões e de melhoria do estado funcional e psicológico dos indivíduos. Na generalidade a prática de exercício físico regular vai possibilitar uma amenização do stress, ansiedade conduzindo a uma melhor regulação emocional e do estado de humor.
Inúmeros estudos avançam que as intervenções através do exercício físico são indicadas para o tratamento do “Burnout”.
Para este efeito agem fatores de ordem:
- Fisiológica com o aumento da capacidade funcional, aumenta a capacidade de resposta face a situações de stress e melhoria de funções essenciais (melhoria do sono e aumento da libido…);
- Neurológica através da libertação de químicos gerados pelo exercício físico (endorfinas que ajudam a aliviar a dor e a induzir sensações de prazer) e redução do nível das hormonas de stress (adrenalina e cortisol);
- Sociológica perante a prática de exercício na relação com o meio e com os outros de modo recreativo;
- Comportamental derivado do fato de ser um ótimo meio de desfocar as situações estressantes do quotidiano;
- Auto-estima perante a concretização de objetivos na prática da atividade física e melhoria da imagem corporal.
Qual o exercício mais eficaz para prevenir o Burnout?
Um estudo da Universidade de New England na Australia Reducing workplace burnout: the relative benefits of cardiovascular and resistance exercise revela-nos que a prática de exercícios de resistência cardiovascular e exercícios de força corporal (com cargas) são medidas eficazes que ajudam a tratar e a prevenir o aparecimento do “Burnout”. De acordo com o estudo, o exercício cardiovascular atua na redução do estresse psicológico e o exercício de força age ao nível da realização pessoal do indivíduo que pratica esse tipo de atividade.
Sabe-se ainda que incrementos na intensidade e duração do exercício desencadeiam um maior efeito preventivo face ao esgotamento.
- Caso se sinta cansado não abdique de treinar regularmente, irá ficar mais apto para reagir durante o dia a dia e elevará os seus índices energéticos;
- Por mais contra intuitivo que pareça, tente aumentar progressivamente a intensidade do exercício como forma de evitar o esgotamento emocional físico e mental.